"We are the generation of smartphone and dumb people"
Acreditamos que estamos progredindo, que estamos chegando em algum lugar, em algum novo planeta, em novas galáxias, em novas constelações, que estamos fazendo novos amigos, conhecendo novas pessoas, novos pensamentos, novas descobertas, novos avanços estão sendo alcançados, novas descobertas para doenças que antes não se imaginavam que poderia haver cura. Chegamos em patamares de novas possibilidades, o ser humano é outro, os tempos são outros, os meios de produção já mostra grandes tecnologias. Escrevo e publico livremente na internet, o que mais me deixa triste é que de fato, não há mais tempo, não existe tempo, há quem diga que o tempo não existe, e eu acho isso a maior verdade da vida, não existe mais, não temos tempo pra nada, gastamos todas as nossas possibilidades de ter tempo coisas coisas fúteis desnecessária, quando precisamos de um ombro, da boa conversa, da compreensão, do diálogo, do apoio, do respeito, da amizade, olhamos pra tela de um aparelho, que chamamos de Smartphone, que traduzindo, seria algo como telefone inteligente, ficamos como moscas presas em uma teia, gritando por ajuda, chorando as nossas mazelas e fraquezas a fim de que alguém do outro lado que mal conhecemos, possa nos ajudar. Sinceramente, esses avanços que tanto falamos e que citei citei acima, está muito à frente da pessoa que sonhamos ser, tudo avança, menos nós mesmos, chamamos um celular de inteligente, mas e nós? Já que fomos nós seres humanos que o criamos, atingimos essa inteligência? Criamos algo que nos ultrapassou em possibilidades de desenvolvimento. Se somos assim, o que será da próxima geração? E da próxima? E da próxima? Faremos filhos por Bluetooth, e o enviaremos por WhatsApp. Não será mais necessário a atração corporal, o carinho, o aconchego de um ombro ou um colo para chorarmos, preferimos olhar pra baixo do que olhar pro lado. Algo magnífico aconteceu, quando conseguimos falar e ouvir, a linguagem é algo fascinante, e culturalmente falando, aprender outras línguas, é abrir fronteiras para novos mundos e novas descobertas. Mas como diria Stephen Hawking: "Tudo o que precisamos fazer é garantir que continuemos conversando". Um novo mundo poderia surgir, se olhássemos acima do celular e fechássemos a tela do computador, o presenciássemos o mundo a nossa volta. Deixo uma pergunta: Quanto tempo você consegue ficar longe do celular? Não queira que a sua vida fique cercada de grupos no WhatsApp, enquanto no verdade no exato momento, você está sozinho no seu quarto. Eu tenho 391 amigos no Facebook e sim, eu sou solitário. Sou mais uma das vítimas dessa tecnologia que não me levou a lugar algum, não me fez ser melhor, não me fez mais feliz, agora mesmo estou escrevendo um texto, criticando a má utilização e a alienação que as redes sociais e o mal uso de tecnologias como Whats, e vou publicar na minha timeline, achando que alguém em algum lugar de sei lá onde, que eu mal conheço, que vai vir e dar um curtir ou comentar alguma coisa inteligente ou não, e não haverá nada além disso, será só mais uma coisa que passará em branco, não criará discussões, debates e aprofundamentos sobre o tema, na verdade tudo é esquecido, o que houve ontem é passado, é deixado de lado é posto no lixo, não dê Ctrl + A e Shift Del na sua vida social verdadeira, não seja só mais um dentro da geração dumb people, mas seja a geração conversa fiada ou conversa inteligente. Eu não sou uma pessoa que alguém diria: Ele é sociável. Garanto que não sou. Tímido, passivo, inseguro, com mais medo que qualquer outro. Um computador é de fato meu melhor refugio, minha zona de conforto, mas até onde, essa bolha segura me fará feliz? Lembrem-se, "o seguro morreu de velho". Eu trabalho em um bar, que me propicia, um contato maior com centenas de pessoas ao longo da semana, a grande maioria sabe meu nome, algumas com mais intimidade, me conhecem mais profundamente. Mas de fato, conhecemos as pessoas? Ou temos uma ilusão do conhecer? O que me enche de esperança, é que quem ler esse texto, mesmo sem curtir ou comentar, terá a sábia tarefa de ensinar quem ainda está preso nessa rede tecnológica, e que nem ao menos teve um contato humano. Vivemos com medo, com medo de sermos humanos. Portanto, desligue seu celular e olhe para o lado, a pessoa que está junto de ti, não precisa de tomada, nem de bateria, nem de aplicativo e nem de número, o perfil dela está a alguns minutos de conversa de você, conheça, aprenda, entenda, compreenda, fale, converse, abrace, arrisque, erre, acerte, caia, levante, você foi feito para ter alguém, não de ficar só ou se sentir só. Você ter quanto amigos no Facebook, Instagram, Twitter, WhatsApp? Quantos foram ao seu aniversário? Quantos te conhecem de verdade? Quantos sabem o que você gosta? Como gosta? Que time torce? Que faculdade faz? Se já namorou? Se já transou? Se já bateu o carro? Se já se formou? Se já levou ou deu um fora? Se já sorriu ou se já chorou? Se já se arrependeu? Se já ganhou ou se já perdeu? Quantos ao menos sabem quem é você? Sabemos o nome e o que se publica na internet, mas não sabemos nada de verdade, porque preferimos ignorar a realidade. Há tantas perguntas a serem feitas, há tanto pra se falar, há tanto para se conhecer, se ao menos conversássemos.