A percepção infinita do pensamento...

DO PENSAMENTO À PERCEPÇÃO INFINITA DO PRÓPRIO PENSAMENTO

Certo dia, num lugar não muito distante e ainda não tão conhecido, num lugar que havia sido criado para que tudo que lá acontecesse, e de uma forma ou de outra, contribuísse para sua própria evolução...

Aquele lugar reunia toda a sabedoria imaginável, desde sua preparação até o final de sua criação. Lá residia a origem, a essência, a abundância e a continuidade. Era tudo natural, confortável, adequado e harmônico. Tinha sido preparado com a máxima inspiração, onde os meios e sua utilização partiam daquela harmonia e para ela voltavam...

Naquele tempo, onde o tempo parecia não existir, todos que lá haveriam de habitar, já tinham sido presenteados com a sabedoria da continuidade, da mudança, do novo a cada instante, do movimento diferente que parecia se repetir... Não da mesma forma... Não no mesmo lugar... E na própria repetição acontecia a transformação de tudo que havia sido criado, em algo ainda melhor... Mais harmônico... Mais satisfatório... Renovando-se a cada instante, sem que pudesse ser percebido... Mas a mudança e a evolução aconteciam...

A renovação era o que mais se podia perceber naquele lugar...

Era um lugar onde as águas, as plantas, as montanhas, as florestas e os animais, viviam em total harmonia com os demais elementos que ali estavam... Alguns, ainda que distantes, contribuíam para a continuidade da vida daquele lugar, para a harmonia daquele sistema, com cada elemento contribuindo confortavelmente com sua função, para aquilo que havia sido criado...

Os dias e as noites iam e vinham... Isso se repetia... Porém diferente a cada dia... Incessantemente... Como se mostrando a perfeição, para quem assim quisesse ver... Como se mostrando que lá tudo poderia se repetir, porém não da mesma forma, não com o mesmo sentido...

E o tempo junto à sua sabedoria, continuavam... Como sempre continuou...

Até que um dia surgiu naquele lugar, como se viesse daquele próprio lugar, um elemento novo e diferente... Diferente de tudo que lá existia... E entre tantos elementos... Como se fosse por magia, como se por encanto, surge uma pequenina criatura... Pequena em seu tamanho, comparado àquele lugar, porém grande em sua sabedoria... Pois era o reflexo de sua criação...

E aquela pequena criatura, ao se deparar com um lugar novo e diferente, um lugar que nunca antes tinha imaginado, começou a observar tudo em sua volta... Os sons harmônicos, vindos de tão longe e parecendo tão perto... Aquelas paisagens bonitas, que pareciam caminhar de encontro ao horizonte... As diversas sensações agradáveis da combinação entre o suave calor e a leve brisa, que ele podia sentir confortavelmente...

Aquele ser pequenino começou a perceber que poderia observar tudo aquilo de diversas e diferentes maneiras... Nem mais nem menos adequadas... Apenas maneiras diferentes de perceber... Novos pontos de vista... E começou a entender que tudo aquilo que parecia estar sempre do mesmo jeito, apenas parecia, pois tinha movimento, um movimento sutil, quase imperceptível, mas ele sabia que aquilo poderia ter um grande e interessante significado para ele... E assim continuou... Observando... Aprendendo... Entendendo... Crescendo... Evoluindo...

Ele poderia perceber tudo aquilo de diversas posições... Certas vezes percebia em direção ao horizonte... Outras vezes percebia de cima para baixo, numa visão mais ampla... Outras vezes de baixo para cima, alcançando maior amplitude e entendimento... E continuava observando... Percebendo... Entendendo... Aprendendo... Crescendo... Evoluindo... Cada hora, a cada momento, da posição mais adequada a ele... De maneira a unir os meios com a sua melhor utilização... A utilização mais adequada para o momento...

Aos poucos ele, aquele pequenino ser, começou a interagir com todo o ambiente, aquele ambiente que havia sido criado para ele... Adequado a tudo que dele pudesse utilizar... E isso já lhe era familiar, assim ele podia fazer isso confortavelmente e de sua própria maneira... Com movimentos que haviam sido aprendidos após tantas observações e de tantos pontos de vista...

Aos poucos, ele começou a perceber mais elementos semelhantes a ele próprio... Semelhantes, porém, diferentes... Outras pequeninas criaturas que, assim como ele, grandes em sua sabedoria... Que, assim como ele, haviam se adaptado àquele lugar... Cada um de sua maneira... Todos na sabedoria da adaptação... Com a inspiração no reflexo de quem os havia criado...

Era curioso, divertido... Como tudo aquilo, que parecia acontecer da mesma maneira... Era sempre diferente... Curioso também era a capacidade de adaptação de todos e de tudo que existia naquele lugar... Sempre de uma maneira harmônica, como se, naturalmente se movimentasse para o mesmo sentido... E parecia que todos que lá habitavam, sabiam o verdadeiro sentido daqueles movimentos... Movimentos no tempo e no espaço, que direcionavam, redirecionavam, aconteciam como se porque devessem realmente acontecer...

Muitas vezes o tempo parecia não existir... Com movimentos suaves, semelhantes e harmônicos, que trazia uma sensação de plenitude a todos que lá habitavam... Outras vezes parecia que o tempo impedia os habitantes daquele lugar a se movimentarem da forma que tinham aprendido, da forma que era peculiar a eles, conhecida e adequada...

E quando ele percebia este momento, logo lembrava que tinha aprendido a perceber os acontecimentos nos mais diversos ambientes, de diversas formas, com diversos pontos de vista... E assim o fazia... Apenas percebendo de outra maneira... Uma maneira mais adequada a ele e aos que lá habitavam, com ele... E isso era bom...

Foi quando ele percebeu algo ainda maior... Percebeu que podia criar novos e diferentes momentos... Partindo de suas novas e diferentes idéias em relação a tudo que acontecia... E tudo vinha com naturalidade... No tempo adequado a ele... No momento exato em que ele estivesse em harmonia com tudo e com todos que lá habitavam... E ele sabia fazer isso acontecer...

Assim, com a magia de sua sabedoria, transformava aquilo que antes parecia apenas mais uma escolha, em uma visão mais ampla onde a interação poderia ser a adaptação dele mesmo com tudo que acontecia em sua volta... E assim ele foi crescendo... Crescendo... Crescendo... Crescendo... Evoluindo...

Crescendo e percebendo... Crescendo e criando... Crescendo e aprendendo... Crescendo e interagindo... Crescendo e evoluindo... Infinitamente continuando o sentido de tudo que tinha aprendido... Com a visão daquilo que sempre foi e sempre poderá ser... E assim continuou... Para todo o sempre... Ao encontro daquilo que o levaria ao infinito...

Miguel Fernando
Enviado por Miguel Fernando em 20/04/2015
Código do texto: T5213258
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