Curitiba

A luz de um sol ausente que se finda em matizes cinzas,

A garoa fina que sufoca,

O cheiro da terra surrada e molhada que enebria,

O fulgor de corações vazios e silênciosos que vagam,

O vento morto que a alma corta e espalha como sementes

E cá eu marchando, música aos ouvidos,

Uivos inaudíveis e promessas vagas,

O coração angustiado encerrado em jaulas que limitam,

O bater desordenado de asas invisíveis

E na multidão de máscaras sem rosto me perco,

Absorto em meus pensamentos sem propósito,

Ignorando os risos de seres marcados por chagas que apontam,

Amaldiçoando cada criança que passa com maudizeres em mente

Tal pecado encerrado em arranha-céus que a visão torturam,

A fuligem de veículos que polui,

As manchas nos muros colossais de mentiras e falsidades,

A ignorância com os seus...

Truculenta megalópole disfarçada,

E cá de minha janela protetora,

A luz fraca de velas na névoa,

O gosto de náusea no vento frio,

A fumaça do cigarro que queima

Sat
Enviado por Sat em 03/06/2015
Código do texto: T5264464
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.