Convívio Familiar e suas infuências

"FAMÍLIA É UMA INSTITUIÇÃO FALIDA"

Minha experiência contradiz essa posição ideológica acima, tão divulgada nos últimos anos.

Meu pai só estudou até a 4ª série do 1º grau, uniu-se com minha mãe quando ainda jovem, pouco mais que vinte anos, sem registrar a união no cartório. Minha mãe, se muito tinha era 18 pra 19 anos. Dessa relação nasceram 08 (oito) filhos, 05 homens e 03 mulheres. Meu pai, muitas vezes, saía para trabalhar e eu nem via a hora. Minha mãe, dona de casa, sem ter ido à escola, se preocupava com nossa educação e o respeito entre nós.

Todos nós vencemos na vida. Casados e com família formada. Exceto eu que, embora com 17 anos de casado, não tenho filhos. Mas sou muito feliz com minha amada, carinhosa e apaixonante esposa.

Aos 19 (dezenove) anos, quando servia ao Exército, presenciei o momento em que meu pai e minha mãe resolveram oficializar a união de quase trinta anos. Na época (1989), pedi licença ao meu superior hierárquico. Até hoje estão unidos, e isso é referência para nós os filhos.

É lamentável o posicionamento subtitular acima. Mas isso não é regra, como é frisado. A "falência da família" não pode ser atribuída ao conceito tradicional. Isso não justifica.

Não sei se terei filhos. Quem sabe resolva adotar, um ou mais. Mas boa parte de minha família apresenta receios e ressalvas contra a adoção. Nós acostumamos ouvir um ao outro, valorizar nossas opiniões.

Esse nosso comportamento tradicional tem contribuído bastante para estarmos longe de vários problemas. Hoje, dos cinco irmãos homens 04 são policiais. Embora tenhamos saído da favela (conhecido brongo na região onde moro), todos estudamos, nos formamos com muita dificuldade, nenhum se perdeu.

Minha família, na sua maioria, aderiu ao cristianismo e, quando nos reunimos cantamos músicas MPB e gospel. Gostamos de Gil, Caetano, Chico Buarque, Fagner, Belchior, Luiz Gonzaga etc. Temos músicos na família. Ah, e sonhadores.

Tudo isso contribui para defender peremptoriamente a família como base da sociedade.

Minha mãe é considerada a figura mais importante porque ficava mais tempo conosco. Naquele tempo nem todo mundo podia ter televisão, nem existia internet, para atrapalhar na educação. Porque, infelizmente, atualmente a mídia está desconsertando a estrutura familiar.

Meu pai, ao chegar do trabalho, ajudava nas tarefa escolares. Ensinava a ler soletrando o B+A = BA. Era ruim pelo forma rude, porém era muito divertido porque a gente torcia pra um errar e receber um beliscão.

Não tivemos babás nem ninguém para nos dar banca, porque meu pai não podia pagar. Diferente das crianças de hoje.

Nós, aos 14 anos, pensávamos logo em arrumar um trabalho. Embora nosso pai só cobrava da gente quando chegávamos aos 16 anos.

Um dos meus irmãos (falo isso emocionado) aos 15 anos, com um ano de trabalho, deu de presente uma geladeira para minha mãe. Hoje, esse irmão é mais sucedido da família.

Só devo atribui toda essa conquista a Deus, em primeiro lugar, e ao modelo de educação que tivemos e passamos para novas gerações.

Muitos jovens hoje não sabem o que é trabalho. Tem tudo dos pais, menos um modelo tradicional a seguir (rodeado de histórias, 'contos' e piadas, além das lendas contadas sobre nossos ancestrais).

O que podemos dizer da educação de Suzane Richthofen? Ela tinha riqueza, melhor escola, mas não nutriu o amor e respeito que deveria pelos pais.

Falta justamente a responsabilidade, cada um assumindo seu papel na família - pai, mãe e filhos.

Bom..., vou para por aqui.