O Parto

Petrificada, inconformada mais vulnerável e até mesmo ambígua, meia crua, sem roupagem, assim desnuda e parecendo fraca.

Livre, liberta mais como se estivesse concluída com um convicto senso de amor e justiça. Esvai-se as forças e complica-se os sentimentos, mistura-se as dores e respira-se um ar impugne e liberto. Colhe-se como folhagens, flores e gestos.

Junta-me como se fosse pedaços expostos às intempéries do tempo.

Deixa-me respirar como alguém que cortou os grilhões a sufocar e seus berros extridentes foram ouvidos rompendo os espaços do ar.

Respira, contorce-se como se a dor, o diafragma e a pleura numa extrema mialgia pudesse expulsar sobremaneira o ar em livre pungência e extrema contração. Assim um pouco débil, sem perceber o que se passa: nasceu!

Teresa Cristina Monteiro
Enviado por Teresa Cristina Monteiro em 13/06/2015
Reeditado em 06/07/2015
Código do texto: T5276016
Classificação de conteúdo: seguro