Não sei escrever!

Um determinado tempo passei por aqui. Desafoguei sentimentos, expus palavras com lágrimas secretas, revelei sombrias angústias de um coração com rumo para a autodestruição. Que cessou com a revelação de uma nova inspiração. Não aquela que vai e volta quando quer, mas eterna e constante. Irresistível mudança.

Logo, ao ver que o passado não era o presente que eu queria dar para o meu futuro, rasguei as cartas, as folhas de papel, as rimas pobres deixei no lixo, pois o que passou não era mais determinante para os dias seguintes. Não quero esquecer, mas é indiferente, imotivado quadro pregado em uma parede das minhas lembranças.

Fiquei sem voz, sem canto, sem os riscos da caneta, papéis em branco. Esperando um novo alento. E chegou, trouxe histórias novas para eu viver, mas esqueci do quanto era bom escrever. Vários espaços que faltavam nessa história foram preenchidos, mas um ainda não aperfeiçoei. Não me dediquei, não pausei os compromissos, não foquei em ideias para, ao menos, um minúsculo texto.

Hoje estou com voz, hoje eu canto, a caneta risca os novos encantos, e os papéis em branco voltaram a dizer que servem. Mas, não sei mais escrever!