Reavaliação

O que está acontecendo com o mundo? Está mais violento, a natureza está se desintegrando e os lugares mais pobres apenas têm agravado o índice de miséria de que sofrem há tão longos anos. E tudo isso pode nos levar a perguntar: De que valeram todo o conhecimento e toda a tecnologia que acumulamos se não serviram para diminuir as desigualdades sociais e aproximar as pessoas? Como a globalização, que aproximou tantas pessoas diferentes, não foi capaz de diminuir os preconceitos, sejam sociais, raciais, religiosos e culturais que têm causado tantos morticínios? Talvez não tenhamos evoluído da maneira como deveríamos. Adquirimos mais conhecimento, é verdade, mas não nos tornamos mais solidários, mais compreensivos e menos preconceituosos. E não aprendemos a usar o conhecimento que temos para nos tornar melhores e fazer do mundo um lugar melhor, mas para destruir. Toda a tecnologia que caracteriza nossa época beneficia um número muito restrito de pessoas. Enquanto uns podem bater papo na Internet sobre futilidades do dia-a-dia, muitos vivem em zonas de guerras civis, não têm o suficiente para comer nem acesso à saúde e educação. O que foi que aconteceu com a Humanidade, composta de indivíduos tão inteligentes, capazes de inventar um satélite espacial, mas incapazes de promover a paz, proporcionar alimentação adequada e condições dignas de saúde? Pode ser que o problema não seja o que aconteceu com a Humanidade, mas o que deixou de acontecer. Não evoluímos no amor, na solidariedade e na compreensão. Fomos feitos para nos amarmos, mas nos afastamos daquilo para o que somos feitos e em vez disso, preferimos nos tornar mais poderosos, esquecendo que o poder não nos torna melhores e é tão fugaz quanto um sopro e passa tão rápido quanto um piscar de olhos; queremos acumular riquezas, como se ter cada vez mais fosse fundamental para a nossa felicidade e vamos nos esquecendo de exercitar a arte de nos amarmos, de aproveitarmos o tempo que nos é concedido para vivermos em plenitude e sermos felizes. Precisamos, enquanto é tempo, fazer uma reavaliação urgente dos valores que têm permeado nossas vidas e nos perguntamos o que é verdadeiramente essencial? Termos cada vez mais, dominarmos os demais, criando infelicidade e insatisfação ao passo que destruímos este mundo em que vivemos ou sermos seres humanos íntegros e capazes de amar verdadeiramente?