VOZES...

Na floresta límpida e guardiã de segredos

Ouço a tua voz…

Ou melhor, ouço vozes

Mas todas me parecem a tua voz

Mesmo que já não haja nada para dizer

E o caminho se encontre barrado por incertezas

A voz nunca se esquece

Como condutora na noite escura

Onde não se veem corpos nem silhuetas

Restando o som como linha de contacto

Vozes ao longe que perfuram a flora que me rodeia

E me provocam sensações estranhas

Vozes de caçadores ou de gente perdida

Que sofrem metamorfoses e me soam a ti

Por vezes sinto que estou louco

Neste mar de assimilações impossíveis

Encapotadas por fábulas dos tempos idos

Que nos assaltam nos momentos de nostalgia

Ouço vozes…

Todas me parecem a tua voz !...

Ângelo Gomes
Enviado por Ângelo Gomes em 05/09/2015
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