VOZES...
Na floresta límpida e guardiã de segredos
Ouço a tua voz…
Ou melhor, ouço vozes
Mas todas me parecem a tua voz
Mesmo que já não haja nada para dizer
E o caminho se encontre barrado por incertezas
A voz nunca se esquece
Como condutora na noite escura
Onde não se veem corpos nem silhuetas
Restando o som como linha de contacto
Vozes ao longe que perfuram a flora que me rodeia
E me provocam sensações estranhas
Vozes de caçadores ou de gente perdida
Que sofrem metamorfoses e me soam a ti
Por vezes sinto que estou louco
Neste mar de assimilações impossíveis
Encapotadas por fábulas dos tempos idos
Que nos assaltam nos momentos de nostalgia
Ouço vozes…
Todas me parecem a tua voz !...