Sentimentalóide

Não existe felicidade eterna. São minutos de alegria que permeiam uma existência vazia, sem sentido. Não há o que buscar, não enxergo objetivos. Vivo em um hedonismo constante onde tudo que me move é a busca pelo prazer momentâneo e passageiro. Nada me completa, nada se aprofunda. São sentimentos tão vagos e superficiais que se substituem uns pelos outros sem que eu me dê conta. Acordo bem, dia sim, dia não. Noutros, sair da cama parece uma tortura. Abrir os olhos e me descobrir respirando é quase um tormento. Amor, ódio, desejo, ansiedade, angústia. Não são acaso o mesmo sentimento de vazio travestido de outras cores? Não é, no fundo, a mesma vontade involuntária de preencher o que não pode ser preenchido? E se assim o é, porque insistimos tanto em manter o coração cheio deles? Não seria acaso mais fácil se simplesmente aceitássemos o vazio que nos habita e nos entregássemos a ele?

Teríamos uma vida mais produtiva sem esses pequenos caprichos sentimentais, mas como eliminar de uma vez, todos os sentimentos de nossas vidas? Será que aceitando o fato de sermos vazios e principalmente aprendendo a conviver com o nada que existe dentro de nós, essas superficialidades sentimentalóides se dissipariam?

Seria possível viver sem sentir?

Meri Jaan
Enviado por Meri Jaan em 09/09/2015
Reeditado em 09/09/2015
Código do texto: T5375821
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