Paredes
Enquanto fazia minhas malas olhei ao meu redor,
senti um aperto no peito ao ver aquelas paredes vazias.
Essas paredes vazias estão cheias,
Cheias de lembranças, memorias;
umas boas e outras... nem tanto.
Se essas paredes pudessem falar... Uh! e como falaria...
Foi aqui que eu cresci.
Ali na bera onde ficava a antiga porta, estava os riscos que media o quanto eu crescia, ninguém sabe o quanto importa.
E aqui, era onde eu pendurava os meus posters sonhando um dia
ser como aqueles que ali estava.
Essas paredes foram pintadas de tantas cores, só para me agradar,
elas nunca reclamaram, e como poderiam? um sorriso sem graça.
Eu me lembro das beliches trocadas por uma cama, o tapete que me deixava brincar aconchegante no chão, os brinquedos espalhados e as
pelúcias penduradas, aqui sempre foi o meu mundo, o único lugar onde eu era quem queria longe dos olhos maldosos.
Essas paredes estavam aqui quando eu passei pelos momentos
mais ruins de minha vida, só ela me viu chorar, tantas e tantas vezes,
enquanto o mundo me via sorrindo falsamente. E assim como elas
ainda estou de pé. Uma brisa, uma suave despedida.
Se essas paredes pudesse falar, diriam o quanto eu canto mau, o quanto danço esquisito e diriam o quanto fui feliz.
Talvez elas lembre das coisa que eu esqueci e
das coisa que esquecerei. Mas eu vou lembrar que foi aqui,
que eu vi a vida se transformar, os sonhos nascer, mudar,
que foi aqui que eu conheci você.
Eu sei que outras paredes contaram novas historias, mas
nunca serão tão queridas como essa... Pode ser que eu construa
minhas próprias paredes, e pendure nelas os melhores momentos,
que passei aqui e que ainda estão por vir. Mas hoje eu sentirei a sua falta.
Raízes não são fáceis de trocarem de lugar, as vezes não se adaptam ao novo local, mas eu tentarei, e quando estiver lá, é
nessas paredes que pensarei, eu deixarei minhas marcas aqui para que alguém apague. Espero que o tempo lhe seja bondoso como foi comigo.
Espero que me surpreenda...
Espero que sempre estejam aqui.
Agora apenas espero.