(Exata)mente humana

Eu poderia planejar um horário mais propício no “tic tac” do relógio para fazer este texto. Já é bem tarde, mas em outra hora não haveria a mesma graça e a “entonação” certa poderia fugir. As palavras e a inspiração são efêmeras, só neste exato momento meu coração está partido em pedacinhos no chão enquanto expresso esses dizeres. O que me causou tanto? Um belo filme. Obras cinematográficas com toda a sua essência são capazes de provocar sentimentos, emoções e tantas coisas, que seria difícil mensurar, além de ser algo muito subjetivo.

Há tempos não dedico minhas horas à escrita, talvez por erro meu em fracionar o tempo. Tenho que dar uma pausa para lhe dizer que se considerar o motivo que me levou a escrever este texto, é engraçado que eu já tenha citado naturalmente as palavras “mensurar” e “fracionar”. Calma, logo você entenderá. Não há aqui coincidências, mas uma inspiração que determinada obra me causou como eu lhe disse há pouco. Não vou me prolongar por muito mais tempo e lhe direi o nome do tal filme. Tenho mania de falar sobre a arte e o quanto ela envolve meus sentidos, já falei sobre alguns temas como gramática ou filosofia. Já declarei meu amor pelas palavras, pelos pensamentos envoltos de reticências. Mas desta vez, a arte funcionou como uma ferramenta que me aproximou dos números e da lógica. Na verdade ela fez com que eu unisse as duas coisas e visse suas semelhanças ou razões para compará-las; Ver este filme me fez criar analogias adoráveis cá em minha mente. É espantoso eu estar decidida a falar sobre os números e sentir certo apreço por isso. Há um certo tempo eu acharia tal fato impossível, hoje é apenas curioso. A vida nos leva para lugares que nem imaginamos, que vão além dos planos e em um desses caminhos perdi o medo dos cálculos.

Equações e suas incógnitas. O coração e seus sentimentos. Em ambos os casos, há a beleza da incerteza. Talvez eu não encontre o “x” por mero despreparo na área de exatas. Ou então, posso cometer alguns erros na vida, por ser simplesmente humana. Se somarmos cada uma dessas duas variáveis, veremos que o resultado é o mesmo: a dúvida do que virá. Nos dois fatores há uma inquietude que permeia antes da resolução. Mas a incerteza uma hora irá se separar do “in” e se tornará uma sólida convicção. Isso acontece até que você obtenha o “x” da questão numa pequena parcela de tempo que o levou a isso. Ou até que você encontre um sentimento capaz de te fazer enxergar a lógica das emoções. Há semelhanças notáveis. Agora é o momento que você com seus botões possa discordar e dizer que na matemática, após a solução dos problemas não há a possibilidade de encontrar outra solução. Mas não pode me dizer que acontece o contrário com os sentimentos.

O coração também é sábio e racional para identificar o que há de verdadeiro e certo ao seu redor e em seu interior; Coração não é desprovido de inteligência como dizem, ele sabe discernir o que lhe faz bem e o que não faz. Em alguns casos isso pode tardar um pouco, mas logo virá a ser uma certeza. Mesmo que a origem seja desconhecida, ela simplesmente acontece. É o mesmo que saber da infinitude do universo sem a ter comprovado por meio de argumentos palpáveis; (Na verdade apenas desconheço as complexas equações que provam isso.) Como é possível? O amor pode ser a resposta. Apenas o amor. Acreditar no que não se vê ou é passível de comprovação só pode ser algo forte com o nome de “amor”; E pode ser observado em todos os campos de estudo que o ser humano conseguiu fazer até hoje. Em cada ângulo da aritmética, ou perímetro dos pensamentos, há verdadeira lógica no que se sente, assim como 2+2 são 4. Não posso calcular a área da emoção que senti ao ver tal obra e saber um pouco mais sobre a história do matemático “John Nash” que inspirou uma produção cinematográfica muito bem roteirizada e executada em “ Uma mente brilhante”.

Encerro aqui com um belo trecho do filme :

"Eu sempre acreditei em números, nas equações, na lógica que leva à razão. Mas depois de uma vida inteira nesta jornada, eu me pergunto: O que realmente é a lógica? Quem decide a razão? Minha busca me levou pelo físico, o metafísico, o ilusório... E de volta. E eu fiz a descoberta mais importante da minha carreira. É apenas nas misteriosas equações do amor que qualquer lógica ou razão pode ser encontrada. Eu só estou aqui por causa de você. Você é a razão do meu ser. Você é todas as minhas razões".

Tatiana Espíndola
Enviado por Tatiana Espíndola em 15/09/2015
Reeditado em 25/11/2016
Código do texto: T5382722
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