A lida na noite

A noite caiu por cima dos meus olhos,

que já não podiam descansar,

nem descansar podiam.

O vermelho sono que turva a visão...

cansaço, esforço, noites em clarão.

Caía á noite,

o sono insistia,

mas os afazeres dizia que não podia.

Podia não!?

Ainda não podia!

A noite veloz saltava pro dia,

e agora que tarde já é,

e até os afazeres dormia,

vou me em instantes descansar os olhos,

pois logo me será dia.

Afazeres diurnos que tragam a noite,

pontarão ao raiar do dia.

Ah noite! Porque te vais depressa?

Demora-te mais um pouco e espanta esse dia!