Manifesto - Julgamento

O medo do julgamento nos torna incapazes de sentir sensações novas, arrebatadoras. Nos torna incapazes de produzir bons frutos seja onde ou como for. Além de tudo, nos torna incapazes de nos manter na cooperação, no trabalho em equipe, de ampliar nossa rede de contatos. Nos torna isolados de um vasto mundo repleto de prazeres simples e complexos, de alegrias que podemos viver.

O julgamento altera nosso destino, nosso dia, nossos sentimentos e como somos por dentro, deixa-nos deprimidos, tristonhos, sonolento.

Devemos militar para evitar que mais pessoas se suicidem, se isolem, percam suas vidas trancadas num quarto porque são gordas, negras, tem cicatrizes, tem cortes de cabelo diferentes, são deficientes físicos. Não podemos permitir que mais e mais gays, lésbicas, transgênero, transexuais, travestis, drag queens, não podemos permitir que elas sejam agredidas psicologicamente pelo simples fato de mostrar o que são, de expressar sua arte, suas filosofias.

Absolutamente, eu quero muito viver num mundo onde mulheres com estrias e celulites possam parar de esconder seus corpos debaixo de várias camadas de roupas. Eu quero muito viver num mundo onde não há religiosos fanáticos interpretando leis sagradas erroneamente, tratando mulheres como escravas domésticas e sexuais. Quero muito viver onde negros possam ser livres de racismo, de uso de artigos antes de algo como “que negra linda! ”. Quero viver num mundo onde gordos possam caminhar na rua sem olhares de desdém, de cochichos abafados, por olhares tortos, por pensamentos de “que pessoa desleixada! “, “não se cuida”.

Sabe, eu queria mesmo viver num mundo melhor.

Onde os animais são respeitados e não maltratados de formas absurdas. Ora, o ser humano possui uma capacidade enorme de engenharia. Já devíamos ter criado meios de evitar o uso de equinos para transporte, aves, peixes e bovinos para o uso alimentar de sua carne, afinal, carboidratos e proteínas podem ser encontradas em outros meios. Nossa espécie sobreviveu de frutos e raízes nos tempos nômades.

Inclusive, devíamos aprender um pouco mais de quando não passávamos de nômades, onde não havia rico nem pobre, tudo era baseado no cooperativismo.

Mas já que não podemos aprender com eles pelo costume cultural de nossa sociedade que aponta o “defeito” que não tem, devíamos nos basear num mandamento do Cristianismo, a religião mais próxima do nosso cotidiano: Mateus capítulo 22, versículo 39, “Amarás o próximo como a ti mesmo”. Pois, se amarmos o próximo como a nós mesmos, passaríamos a pensar mais antes de fazer. Não roubaria, pois não quero ser roubado e amo meu próximo. Não mataria, pois não quero ser morto e amo meu próximo. Não julgo, pois não quero ser vítima de julgamentos e amo o meu próximo.

A base de tudo é nós mesmos. Se não mudar os alicerces das nossas almas, dos nossos corações, então não poderemos avançar a lugar nenhum.

Diego B Fernandes Dutra
Enviado por Diego B Fernandes Dutra em 16/10/2015
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