Ela

Veja que a corda em nó

A pele do pescoço corta

O ar à mente falta

O corpo dança estremecendo

Contorce e se choca contra si mesmo

O sangue já não flui mais

Intenso os tremores se tornam

A língua que agora em colapso profere

Palavras vazias que logo se esquece

...

Então acordas suado

À cama, a silhueta ao lado

O gatilho que te impede o sonho

De realidade tornar-se de súbito

Levantando percebes o rosto

E lembras de momentos passados

Sobre grama cinza sentados

...

Agora à frente do papel branco e caneta

O cigarro que queima na boca

O Gin que a garganta arranha

A dor que o peito aperta

E palavras jogadas em linhas

O cansaço do dia sem sentido

Em modo automático andas

...

Já não sorri

E quando o faz é falso

Mentindo para si e terceiros

E à noite ancorado na parede do quarto

Repara a mesma corda do sonho presa a janela

Obliterada pela cortinha velha rasgada

...

Não há rimas, sentido

Contemple apenas se a teus olhos agradar

Sat
Enviado por Sat em 23/10/2015
Reeditado em 23/10/2015
Código do texto: T5424056
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.