Ela
Veja que a corda em nó
A pele do pescoço corta
O ar à mente falta
O corpo dança estremecendo
Contorce e se choca contra si mesmo
O sangue já não flui mais
Intenso os tremores se tornam
A língua que agora em colapso profere
Palavras vazias que logo se esquece
...
Então acordas suado
À cama, a silhueta ao lado
O gatilho que te impede o sonho
De realidade tornar-se de súbito
Levantando percebes o rosto
E lembras de momentos passados
Sobre grama cinza sentados
...
Agora à frente do papel branco e caneta
O cigarro que queima na boca
O Gin que a garganta arranha
A dor que o peito aperta
E palavras jogadas em linhas
O cansaço do dia sem sentido
Em modo automático andas
...
Já não sorri
E quando o faz é falso
Mentindo para si e terceiros
E à noite ancorado na parede do quarto
Repara a mesma corda do sonho presa a janela
Obliterada pela cortinha velha rasgada
...
Não há rimas, sentido
Contemple apenas se a teus olhos agradar