GAVETAS VAZIAS
Hoje tentei escrever algumas palavras, e para a minha surpresa
Não me vinha nenhuma ideia na mente
Nem mesmo uma palavra
Eu tentei vasculhar nas minhas gavetas antigas de sentimentos
Mais para a minha surpresa elas estavam vazias
Então eu vi que havia perdido o meu medo da solidão
Medo esse que havia sido o inspirador de tantos textos tristes
Percebi que não estava ali a saudade
Nem um tipo de saudades, nem de quando era criança
Nem de umas duas semanas atrás
Nem de amigos que não via a tempos
A saudade que fora por tanto tempo o tema de minhas prosas
Havia sumido e sem pistas ela havia me deixado
Procurei para ver se encontrava a euforia
Aquela que sentia antes de uma viagem
Que era o que inspirava os meus finais de semana
Antes de um encontro e de um suposto sentimento
Mais ela também havia se ido
Procurei a tristeza, essa não poderia ter sumido assim
Tristeza que muitas vezes, borrou o papel sobre o qual escrevia
Olhei mais uma vez desta vez com mais cuidado e eu não achei mais nada
Nem medo, nem saudade, nem euforia, nem tristeza, todos haviam se ido de mim sem se despedi
Mais observei mais a fundo e vir que todas as gavetas estavam cheias de amor
O amor havia expulsado, todos os meus outros sentimentos
Ele não tinha deixado nem sequer um deles
E foi assim que estranhamente eu me vi vazia, embora estivesse cheia.