Preciosas Expectativas

É curioso olhar para trás e me lembrar de todas as expectativas que investi em meu futuro. Ao que me parece, a progressão, tanto de minha personalidade, quanto de meus feitos, tem sido muito mais lenta do que eu pensava.

Assim como qualquer sonhador, me imaginava em diferentes situações, e por mais tolo que pareça, no fundo de minha alma, tinha uma imensa confiança de que um dia eu seria algo significativo para o mundo. Ideia esta que tive de lapidar através dos tempos. Claro, que, ainda na pele de um (talvez eterno) sonhador, imagino ainda um futuro significativo em minha frente. Mas para o mundo inteiro? Talvez. Improvável. Mas se não for o caso, não me importo. Desde que, para as poucas pessoas que me cercam, e que são importantes para mim, eu seja. E mais ainda: que eu me sinta satisfeito com o que sou.

Orgulho-me, até certo ponto, desta mudança de paradigmas que apliquei em minha vida, pois talvez o erro que cometia, e que me frustrava, era desenvolver tamanha ambição. Não me entenda mal, não estou aqui a condenar a ambição propriamente dita, mas sim o distanciamento total das noções básicas da realidade, em prol de sonhos tão longínquos, que me impossibilitavam de uma construção sólida e segura de meu caminho.

Seria de imenso egoísmo dizer que essa mudança se deve a mim, e apenas a mim mesmo. Foram as próprias frustrações que me guiaram até aqui, que tanto me derrubaram, mas que afinal de contas, me ensinaram caminhos melhores. Se me orgulho de quem sou hoje? Sim, me orgulho. Mas até que ponto? Talvez o mais correto ao colocar em questão os sentimentos que possuo pelo meu próprio ser, seria na verdade, lembrar-me do que não me orgulho. Dos meus limites, das minhas incapacidades, dos meus fracassos. E de fato, é cruel. É um exercício mental que me corrói, que por vezes me derruba, e que talvez até me destrua um dia.

Quem sabe...