Acostuma-se a amar

"Tive excessos de amores errados. A gente se engana muito com as definições românticas."

Esta frase é de uma das escritoras que mais me identifico, Clarice Corrêa, e gostaria de escrever sobre ela.

Amei duas, três, quem sabe até, quatro vezes.

Ai você me pergunta: Amou? Mas o amor acontece apenas uma vez na vida! Como pode ter amado quatro vezes Prih!?!

Então vamos lá... Definições são como interpretações: cada um tem a sua. E nesse caso eu também tenho a minha.

Defino amor como costume, ai vem você de novo me questionar: Então você quer dizer que eu me acostumei a ser acordada com café da manhã na cama, ser tratada como uma princesa, ser chamegada e agraciada como uma Deusa!?!

Sim. Você se acostumou.

Que tal conjugarmos os dois verbos em um só e falarmos a mesma língua? Falemos então sobre o 'Amor'.

Ama-se o outro pelo que o outro é, não pelo que nos oferece, se for por oferecimento amariamos as Casas Bahia.

Ama-se pelo contato, pelo estar junto, pelo saber que você está chata, triste, melosa, descabelada, sem maquiagem, com uma roupa rasgada, salto quebrado, unha por fazer e que mesmo assim, o outro estará lá, esperando você sair do trabalho para olhar os teus olhos, dizer que está linda, porque ele enxerga sua alma, não somente o seu corpo.

Amamos outra pessoa pelo arrepio que nos causa, mesmo que não seja sempre de tesão.

Amamos estar com ela. E amamos ainda mais o fato dela estar conosco, pois não basta estar de corpo, é preciso estar de mente.

E ai eu te pergunto: É justo jogar fora todos os momentos vividos com uma pessoa pelo simples fato de não estar mais com ela? E as cartas, as músicas que descreviam o relacionamento, os filmes vistos juntinhos, os dias em que você ligou para ele simplesmente para conversar e lá estava ele, apenas para te ouvir, sem pedir nada em troca? Ou vai dizer que não foi bom enquanto durou? Hipocrisia a sua dizer que não.

É justo dizer que ama alguém atual e nunca amou ninguém, era só ilusão? Acorde, você já passou por isso outras vezes, a diferença é que acabou, deu certo até certo ponto, mas acabou, até 'A VIDA DA GENTE' acaba, porque cargas d'água você acha que o 'amor' não acabaria?

Agora te digo, acostumou-se amar, não foi? Acostume-se viver sem.

Prih Garcia
Enviado por Prih Garcia em 01/12/2015
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