o Rosto (ou Questões de Ética)*

O Rosto é essa porção absolutamente irrepetível, única, inimitável e singular pela qual cada um é reconhecido, memorizado e experienciado (fotos de presidiários, carteira de identidade, selfie, etc). Todavia, o Rosto é também o nome dado a todas essas instâncias, a todas essas ocorrências irrepetíveis e únicas. Portanto, o rosto também é essa estrutura genérica onde todas as possibilidades particulares podem se expressar em sua unicidade, ou seja, eu chamo a todos eles de 'rosto', é a estrutura mais genérica e abrangente possível, tão genérica que é indefinível, inexpressável. Ainda que todos eles levem o mesmo nome (comum, sequer é nome próprio), esse signo abrangente só nomeia particulares, únicos, individuais. São as estranhezas da língua**.

* No original, apenas "o Rosto".

** No original: "São as estranhezas do pensamento."