A Civilização em meio à Superficialidade e o Reinado da Cibernética
O materialismo está nos corroendo como nunca antes havia. A superficialidade nas ideias e nos contatos humanos passa a sobrepor nossa própria humanidade, e principalmente: nossos valores.
O mundo se unificou, e graças à tecnologia (especialmente à cibernética), estamos de volta à Pangeia. As barreiras tópicas já não são mais significativas, nunca estivemos tão próximos uns dos outros. Aos otimistas, haveria de se prever a união entre os povos, o fácil acesso às informações, e quiçá, um mundo melhor para se viver. Aos pessimistas, restaria o caos total, a terceira parte do tríptico "O Jardim das Delícias Terrenas". No entanto, mais uma vez nos encontramos em um beco quase sem saída, no quase fundo do poço, no equivalente à eterna agonia da quase guerra nuclear. Vivemos a temer a iminência.
Temos, portanto, um vilão sem rosto, sem nome, sem forma e sem tamanho. Seja ele presente nas tentadoras distrações, ou nos frívolos contatos humanos modernos, dependurados sob a ausência do olhar, da voz e do calor.
O espírito do homem é cada vez mais pobre, cada vez mais desnutrido. O espírito do homem... agora é cibernético.
A cultura se resumirá às linhas de programação e à constante e doentia alimentação do ego.
O demônio agora é virtual, e vive por baixo de telas de LCD.