A Civilização em meio à Superficialidade e o Reinado da Cibernética

O materialismo está nos corroendo como nunca antes havia. A superficialidade nas ideias e nos contatos humanos passa a sobrepor nossa própria humanidade, e principalmente: nossos valores.

O mundo se unificou, e graças à tecnologia (especialmente à cibernética), estamos de volta à Pangeia. As barreiras tópicas já não são mais significativas, nunca estivemos tão próximos uns dos outros. Aos otimistas, haveria de se prever a união entre os povos, o fácil acesso às informações, e quiçá, um mundo melhor para se viver. Aos pessimistas, restaria o caos total, a terceira parte do tríptico "O Jardim das Delícias Terrenas". No entanto, mais uma vez nos encontramos em um beco quase sem saída, no quase fundo do poço, no equivalente à eterna agonia da quase guerra nuclear. Vivemos a temer a iminência.

Temos, portanto, um vilão sem rosto, sem nome, sem forma e sem tamanho. Seja ele presente nas tentadoras distrações, ou nos frívolos contatos humanos modernos, dependurados sob a ausência do olhar, da voz e do calor.

O espírito do homem é cada vez mais pobre, cada vez mais desnutrido. O espírito do homem... agora é cibernético.

A cultura se resumirá às linhas de programação e à constante e doentia alimentação do ego.

O demônio agora é virtual, e vive por baixo de telas de LCD.

Rafael Gonçalves
Enviado por Rafael Gonçalves em 11/12/2015
Reeditado em 16/06/2017
Código do texto: T5477074
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