METAMORFOSE

Háá…se eu pudesse ser como a lagarta,que dorme em sono profundo enquanto o corpo se transforma…Acordaria em novo corpo,com novas cores e lindas asas para voar.Seria poupada de uma metamorfose consciente,lúcida e e cheia de dor.A borboleta nada ve,nada sente enquanto seu corpo se transforma. Recolhida em seu casulo,dorme e aguarda o momento certo para despertar,como em um sonho. E comigo ? Como seria ?
Saindo do meu casulo,eu assumiria rapidamente 
o corpo novo,a nova forma física. mas…será que conseguiria voar ? Ter o corpo da borboleta não é suficiente para conseguir voar. Terei que pensar e agir como uma borboleta,alçando voos incertos e desorientados,totalmente livre para ir aonde quiser.
Há… não sei se no lugar da borboleta, conseguiria tal façanha. A mente não muda tão fácil como o corpo, e o comportamento tem que ser lapidado. Pensar na possibilidade de um voo fracassado me amedronta e fragiliza. De que adiantaria afinal,um corpo de borboleta numa mente escrava ?Abortar o processo é uma tentação. Mas ao contrário da borboleta,não adianta dormir fechada em casulo. Dormindo nada vai acontecer.Nenhuma mudança,nenhuma transformação.
Para que minha metamorfose aconteça,será necessário que eu fique acordada,desperta e bem consciente.Do contrário corro o risco de dormir em sono profundo, em um casulo inerte que levará eons de tempo para se romper                                 Maat / 2015
Maria da Penha Boselli
Enviado por Maria da Penha Boselli em 11/12/2015
Reeditado em 12/12/2015
Código do texto: T5477479
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