Embriagada

Tem gente que bebe, fuma, se droga, se joga na vida sem rumo.

Eu escrevo. Escrever é minha válvula de escape. Nesta vida só queira se embriagar de amor. Quando não puderes, tome uma boa dose de palavras. Acrescente um copo de sensibilidade e sinceridade, e terás a mais bela poesia em teu caderno. Será bela, principalmente para ti, mesmo que não sejas aos outros. Porque tu, só tu, sabes a fundo tudo o que lhe inspirou a registrar o que sentias naquele momento.

Ah, o que seria de mim se Deus não inventasse as palavras? Sem dúvida, já teria definhado. Não escrevo porque vivo. Vivo porque escrevo. Escrevo, porque nessa de me embriagar de amor, sofri muitas ressacas. Não sei quantos porres ainda sofrerei na espera por um amor que soe como um fim de tarde tranquilo admirando um pôr-do-sol bebendo um suco de abacaxi, de sabor óbvio, previsível, porém, eletrizante e surpreendente, como uma pitada de hortelã que é revelada quando o conteúdo parece findar. E enquanto esse amor não chega, bebo um suco e, escrevo também.