Confissões de um escritor frustrado
Da quieta madrugada me vem a tarefa: escrever escrever escrever
Eu quero um eu escritor, mas acho nada no meio de tudo, tudo no meio de nada. Recorro à natureza, à psicologia, à política e à religião. Deparo-me: nada sei. É tão difícil pensar noutra coisa qualquer, mas, apenas, porque há uma pergunta da qual não sei a resposta: quem sou?
quem sou eu?
eu quem sou?
SOU?
Há beleza na dúvida, elegância na não-resposta. Reafirmo o que penso, ou melhor, o que sinto: questão é moção!
Todas as minhas tentativas de escrever se chocam com um questionamento penoso, que cansa e estimula: o existir.
O existir me emplaca maluquices e reflexões mirabolantes.
O exercício da escrita é ótimo, me descubro quando (me) escrevo. Me amo ou me odeio. Peço desculpas pela deselegância do meu texto, não há começo impactante nem final sutil, mas, pelo menos há um pouco do que sou eu.