Fica!

Começa assim, do nada. É numa piscada de olhos, é numa virada de noite. Permanece assim, em tudo. É numa saída de casa, é numa sentada à mesa. Chega e se impõe. Não pede licença, não dá explicações. Chega e fica. Só fica.

Às vezes, é instantânea. Outras vezes, demora um cado. Não importa o tempo, a gente sente. Sente forte. Quando ela surge, tudo muda: a batida do coração, a correria do sangue, a agitação do corpo. Quando ela fica, sorrimos largo.

Há tempos ela existe. Já não é tão novinha, mas ainda é jovial. Há tempos ela chega e se instala. É uma pena que não precisemos recepcioná-la, talvez devêssemos. Ela é independente. Sem nossa ajuda, entra e se acomoda, saí e não dá tchau. Com nosso auxílio, entra e conversa, sai e promete voltar.

Caraca! Que visita! Só espero que fique, espero que dure, espero feliz.