A poesia da dor

Noite após noite quando chegava a hora de dormir ele tirava seu coração do peito e colocava dentro de uma caixa, era quando a saudade apertava, quando as noites de amor faziam falta, onde as conversas e até mesmo as brigas eram lembranças dolorosas pra ele. Deixava o coração ali guardado, fechava bem a caixa pois não queria ouvir os choros, os gritos e as reclamações daquele triste coração. Durante o dia o encaixava ali no peito de qualquer jeito, e ia viver. Vivia um dia após o outro ignorando os machucados, e até sorria, a correria do dia distraía,e passava o dia evitando voltar pra casa. Mas de noite era quando a solidão gritante começava a estrangular e ele se via desesperado, e era assim essa tormenta sem fim, então tirava o coração do peito, guardava na caixa e ia dormir. As vezes o colocava de volta pra escrever um verso ou outro, mas logo o prendia de novo, para não sentir, para não passar a noite chorando, para deixar de morrer um pouco mais a cada noite.

Gabriel Sant
Enviado por Gabriel Sant em 02/05/2016
Reeditado em 02/05/2016
Código do texto: T5622878
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