Entre a virtude e a desonra
No mundo da desonra, da ignomínia e da infâmia, ser virtuoso parece ser contrário aos atos morais da virtude, honestidade e dignidade. Não existe honradez. Trocam facilmente o bem pelo mal, o justo pelo injusto, fazendo da injustiça uma ideologia tão forte, que o brilho da esperança não vê a luz da justiça, mas o breu da desonra e desolação, fazendo de alguns a loucura dos covardes. Bem disse Sade: "Num mundo inteiramente virtuoso, eu te aconselharia a virtude porque as recompensas a acompanhariam; a felicidade infalivelmente adviria dela; num mundo totalmente corrompido, jamais te aconselharia outra coisa senão o vício. Aquele que não segue o caminho dos outros perece inevitavelmente, tudo o que ele encontra o prejudica, e como é o mais frágil, é preciso, necessariamente, que seja vencido". Mas no final, o caráter tem a legitimidade da virtude, do fundamento último que o sábio necessita para viver em paz.