Tempo que urge

Tempo

que urge como se quase falasse

como se quase me obrigasse a querê-lo diferente

daquilo que é.

O tempo urge, o tempo clama

Desenha por minhas mãos uma alma plana

e não pode ser estranho

- esvaindo-se daquilo que foi.

O tempo urge e pede por mim hoje

aquilo que não era ontem.

Me decide pelo dia de amanhã

como se'u fosse atemporal

fazendo heresia,

escultura,

abraços, abrasivos

adesivos,

poesias loucas que me colocam sob o destino

inerte

completamente inerte

manifestamente inerte

tão inerte

quanto o paradoxo

do beijo

que não se pode sentir.

O tempo urge

com a capacidade de ser aquilo que a Egrégora disse;

gritando que não tenha alma

frisando manter a calma

pra ficar onde estou.

O tempo urge me colocando no lugar,

me colocando na vida,

semente de mostarda;

que do mais não vale nada,

porque sabe calcular.

Alexandre Bonilha
Enviado por Alexandre Bonilha em 26/06/2016
Reeditado em 26/06/2016
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