Vem cá vamos conversar...

Vem cá vamos conversar. Eu não sou romântica!

É verdade que vivo num mundo paralelo, mas não é porque é comparado ao seu mundo normal, é no geral. Tenho olhos que veem cores onde tem desejo e isso é diferente de sonhar ou no príncipe encantado acreditar. Ah sim, eu escrevo poesia e textões porque sou livre desse medo bobo que as pessoas têm de expor sentimentos e opiniões. Não procuro um príncipe no cavalo branco com rosas nas mãos, gosto mesmo de gente de verdade, não importa o TOC e a reclamação. Gosto de gente que abraça que diz o que pensa que não se esconde na casca, gosto de gente intensa.

Mas se o conceito de ser romântica é viver paixão, então sou uma romancista, porque não dispenso um beijo de desejo indiferente de estações, que seja de baixo de chuvas e trovões... Porque paixão é isso, tempestade e calmaria.

Apaixonar-se requer coragem, não é para amadores, não dá para levar em banho-maria.

Paixão é poder dizer a verdade.

Estar em qualquer lugar meia boca fazendo um espetáculo com a companhia certa no lugar errado, dar risada alta sobre conversas bobas, jogar papo furado.

Romance pra mim é isso, dividir de maneira extraordinária coisas pequenas, porque não importa o tamanho de sua casa ou o que você faz da vida, o que importa é se quer ou não dividir teus sonhos comigo. O que importa é se aceitara ou não os meus.

Para me fazer sorrir não é preciso muito, basta que dance comigo e acima de tudo seja também um amigo.

O que quero é esse romance, cheio de desejo e paixão, perder-se e encontrar-se entre os seus sins e nãos. Paixão é toda a tragédia, é algo fatal, quando te pega a entrega precisa ser total.

Eu não procuro um príncipe bobo, o que eu desejo é o teu mau lobo, que me devora, que se perde em meus cabelos, que sacia meus desejos. Eu quero verdadeiras gargalhadas de corpos e mãos-atadas. Porque eu realmente acredito que a vida é feita de coisas simples, sem jogos ou falsa maturidade, paixão não precisa ter idade. Não quero recitar poemas em seu ouvido, quero que teu corpo trema ao ouvir a poesia do meu. Eu não quero essa conversa fiada de desapego, quero a incerteza do desassossego. Não apegar-se é coisa pra gente chata que gosta de solidão.

Eu quero reciprocidade com doses de cumplicidade, porque eu não sou romântica, mas não dispenso uma boa paixão!

(Janaina C. Fanderuff)

Janainna Fanderuff
Enviado por Janainna Fanderuff em 27/09/2016
Código do texto: T5774259
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