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Pensamentos

Se a saudade me esquecer eu serei feliz em não ter lembranças?

Se eu jogar minhas conversas fora elas perderão meu endereço?

Quantas vezes eu preciso me despedir para saber que não adianta nada ir embora?

Ir embora e não voltar significa esquecer ou é só uma maneira de fugir da inevitável vontade de ficar?

Se eu digo que vou embora porque meu corpo quer ficar? Sou uma ou somos uma?

Depois de várias tentativas frustradas finalmente mais uma vez não consegui ir embora.

Se a vida é tão fugaz porque não podemos pegar nas mãos os momentos que se oferecem?

Cada momento que passa e não aproveitamos é uma vida desperdiçada em minutos de covardia.

Deixamos algumas coisas por fazer por não saber como fazer, quando o “não” saber nem importa.

O medo muitas vezes nos inibe e nos priva de momentos inesquecíveis. A vontade é o que basta, o medo morre quando a temos nas mãos.

A insegurança de não “poder” fazer ou conseguir algo atrapalha e impede o prazer que dá se atirar ao momento que se oferece.

Passa rápido demais o tempo que não aproveitamos. Se temos vontade de fazer algo e não temos coragem de fazer, o tempo que não fizemos o que queríamos nem chegou a existir. Vivemos um hiato, um vazio, um nada. Na realidade nem vivemos.

Quero agora, dá tempo, vamos fazer o tempo. Só não podemos paralisar o tempo.

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 30/09/2016
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