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Na tentativa frustrada de tentar esquecer

Utilizo de inúteis palavras para me expressar

A voz dela que se repete na minha cabeça

Que me deixa doente de razão

O leve toque e olhar

Aqueles cabelos falsamente ruivos e lindos

O que faço comigo mesmo?

O que faço para me sentir melhor?

São as perguntas de um velho jovem

Vejo-me agora em uma bifurcação

Onde os dois caminhos me levam ao penhasco

Sem motivos ou até mesmo um real

Para que eu me sinta assim

Tantas mulheres, tantos rostos e toques

E fui me perder em ti

Ó destino que brinca comigo

Que me faz de brinquedo quebrado

Ó moça que roubou minha paciência e sanidade

Que roubou toda a minha realidade e jogou fora

Não sei por onde caminhas

Que rumo tomastes e com quem andas

E aqui fico eu agonizando de incerteza

Quando estou em silencio meus pensamentos gritam

Gritam tão alto que me deixam surdo

Não como, não vejo, não sinto, não durmo

Fico aqui como um objeto incógnito

A agulha que perfura minha pele

Ou o álcool que me corrói por dentro e amplia a dor

O que queres de mim?

Não tenho mais nada a oferecer

Tu me dizes que se perdeu nas duvidas do teu passado e futuro

Mas esqueceu de abrir teu olho para o presente

Sentir qualquer coisa que não seja vazia

Cansei de ti

Cansei de tudo em volta de mim

Cansei de respirar e não sentir

Meu coração para aos poucos e poucos

Como se ele se esvaziasse

Não quero mais ti

Não quero mais ninguém

E assim como se encontra em meus outros versos

Vejo a única saída com um beijo

O beijo da minha amiga

Aquela que não me teme e muito menos eu a ela

Pois não existem motivos para recusar tal presente

Tal oferta que me preenche de esperança

E eu matei novamente o passarinho

Dessa vez afogado nas minhas lagrimas salgadas

Desisti de ti

De tudo

Essa é uma ultima carta que escrevo no escuro

Penso demais

E não me vem nenhuma solução

Não me vem nada a vista

Tu não entendes minhas palavras

Muito menos o que quero dizer com seus significados

Estou cansado

Ultimamente nem consigo ficar em pé

Palavras e palavras que tomam conta

Tomam conta de cada espaço entre os segundos

E eu não tenho paz

Quero de ti um ponto final

Um final digno dessa historia de romance mal escrita

Que Deus simplesmente rasurou

Peço que acabe comigo de vez

Antes que minhas próprias mãos o façam

Pois em meu peito não resta mais nada!

Matheus Augusto Buarque
Enviado por Matheus Augusto Buarque em 13/10/2016
Reeditado em 26/10/2017
Código do texto: T5790297
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