Palavras

Optei pela pedra inerte,

Sem a fala, sem o perfume e sem o toque.

Pois com ela nunca me decepcionei,

Por ela sequer uma vez chorei.

Se eu quisesse movimentos

Poderia ser qualquer um,

Menos o dos braços ou dos olhos.

E sim o movimento das folhas tocadas

pelo sopro.

Mas sopro, só o dos ventos

Que lançam os sopros no ar,

Sem saber até onde vão chegar

E o que involuntariamente irão balançar.

Para que as palavras?

Só valem no momento em que são pronunciadas,

Depois voam, voam tão alto que as perco de vista,

Procuro e não as encontro mais.

Amanda Yorioka
Enviado por Amanda Yorioka em 26/07/2007
Reeditado em 16/07/2008
Código do texto: T579995
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