Palavras
Optei pela pedra inerte,
Sem a fala, sem o perfume e sem o toque.
Pois com ela nunca me decepcionei,
Por ela sequer uma vez chorei.
Se eu quisesse movimentos
Poderia ser qualquer um,
Menos o dos braços ou dos olhos.
E sim o movimento das folhas tocadas
pelo sopro.
Mas sopro, só o dos ventos
Que lançam os sopros no ar,
Sem saber até onde vão chegar
E o que involuntariamente irão balançar.
Para que as palavras?
Só valem no momento em que são pronunciadas,
Depois voam, voam tão alto que as perco de vista,
Procuro e não as encontro mais.