EU SEI

Sabe? Eu sei...

Posso pedir à minha mente que acredite na mentira, ela o faria.

Mas desta vez, não. Cansei? Não, é pior que essa fadiga que você certamente conhece: Eu não sinto nada; se trata de um dormência que começa no coração e chega à alma sem muita distância percorrer. É pior que tudo que eu nunca senti.

Até um tempo atrás, eu não era o dono de tudo que sentia, mas eu vivia cada universo daquelas milhões de sensações que batiam na minha porta; eu era corajoso.

Maldita seja tua peste, que por onde passa leva tudo, como milhões de traças em uma caixinha de viveres. Sempre foste ruim.

Sempre foi fácil penetrar esse cofre de incertezas que eu sou; e você, como um belo colecionador delas, veio a mim sem muito a oferecer. Prometeste-me os céus como quem pede que acreditem em um mundo melhor; mas tu não és deus.

Quero poupar palavras, só mais um pouco... Talvez elas sejam tudo que eu tenha para justificar os meus erros. Que que sumas em milhões de pedaços da minha mente, como uma tempestade de areia que dura um tempo e esvai-se. Eu me protegerei sobre meu próprio corpo, esperando que vá...

Até quando ouvir frestas em meio a tanta poeira.