Sobre o prólogo de Zaratustra, de Nietzche

Numa breve análise do contido no prólogo de Zaratustra, gostaria de tercer minhas considerações:

Vamos por partes então, a começar, e findar (Afinal, faço apenas um comentário rss) pelo prólogo:

"Quando Zaratustra tinha trinta anos de idade, deixou sua terra natal e o lago da sua terra natal e foi para a montanha. Lá gozou, durante dez anos, de seu próprio espírito e da solidão, sem deles se cansar." ( O lirismo neste livro lembra-me O Profeta, de Gibran e Sidarta, de Hermann Hesse).

O período inicia no tempo passado (tinha, deixou, foi e gozou) e finda no tempo presente (cansar), o que indica uma tomada de consciência de um homem que deixa o passado para trás e passa a viver o momento presente à luz da razão.

Zaratustra despertou do sono profundo que abate a grande maioria dos homens, por isto os procura para iluminá-los, para retirá-los do mundo das sombras (Alegoria da Caverna, de Platão) e afirma que Deus está inexoravelmente morto porque nós o matamos. A morte do deísmo faz-se necessária para o ressurgimento do homem superior, o super-homem, ciente do realismo metafísico kantiniano de que as coisas existem, independentemente do homem ter ou não consciência do fato, pois que a História é movida pela ação do homem, não de um Deus.

O homem deve trazer para si a responsabilidade de seus atos, jamais atribuir a uma divindade detentora da moral, valores e ideias desprovidos de sentido histórico, logo ilusórios (isso me lembra um post do Hommer Simpson que diz: se a culpa é minha eu ponho em quem eu quiser hahaha).

Há o homem que ser livre de "verdades universais" e moralistas cuja finalidade é aprisioná-lo a uma única unidade de pensamento. Zaratustra aponta-nos o caminho da tomada de consciência e da superação através do pensamento livre, independentemente de autoridade externa, que nos imputa a responsabilização consciente de nossos atos, no sentido de sermos o que, e quem nós somos, de fato.

PS: Longe, mais bem longe mesmo de eu vir a achar que esgotei todas as variantes deste único período composto de duas frases. Ignoro muita coisa. A ignorância é uma merda.