Asas da liberdade

Sempre me disseram que tinha asas e poderia voar para onde quisesse. eu poderia voar bem alto, alcançar as nuvens, meus sonhos. Eu acreditei nisso, só não contava com uma coisa: quando virei as costas, minhas asas foram cortadas. A doçura das palavras, convertidas na hostilidade da foice, eu não podia mais voar. Eu corri, corri muito, ainda queria alcançar meus sonhos, mas de súbito, vi minhas pernas amarradas. Que ser vil é esse, que por um segundo me encoraja e por outro me priva? Me priva dos meus próprios sonhos. Sempre falaram de uma tal liberdade, agora seu sentido é distorcido. Tão livre quanto um pássaro na gaiola, espera mesmo que eu cante como antes?