Aurora

Por quanto tempo ó homem moderno, vagarás cego preso a grilhões invisíveis a palmilhar a ilusão centímetro por centímetro?

Por quanto tempo ainda descerá essa escada em espiral?

Seu engano é ainda mais perverso que o de seus longínquos antepassados que se isolavam em frias torres estudando os astros e esqueciam até mesmo dos nomes de seus filhos.

Decerto ainda estavam de cabeça erguida mirando as estrelas.

Tu sequer notas que acima de tua fronte existem luminares continuamente a gerar o equilíbrio.

Andas de cabeça baixa como a um bovino insone a perder energia vital, bastando poucos anos para que a decrepitude o alcance.

Degrada a própria inteligência ao relegar o raciocínio a máquinas virtuais, se tornando títere para outros desafortunados.

Dentro dessa embaçada prisão sem paredes esqueces o que é sabedoria e as reais sensações provindas da Natureza, fixando sua atenção em sombras.

Sonho com o dia em que voltarás a ser o que um dia foi, desenvolvendo seu esplendor de criatura Divina, realizando Maravilhas e beneficiando todos ao seu redor.

Teu poderoso canto romperá esses muros de sangue, lama, pedras e aço e ecoará por todo o Universo.