Lar XXXVIII
Ela é um labirinto de espinhos; espinhos da vida, das circunstâncias, ela teve que aprender a se defender. Talvez ela nunca quisesse ter todas as defesas, mas somente um lugar para repousar, relaxar e encontrar a sua paz, nada mais.
Quando se passa dos espinhos, ou quando não se tem medo deles, ela recolhe toda a defesa e você vê com uma força maior o brilho dela. E esse brilho não elimina os espinhos, mas transforma-os em uma coroa de rosas que vem para abrilhantar a simplicidade e complexidade de ser uma mulher.
No final das contas, ela nunca foi um labirinto, ela sempre foi uma grande roseira. Quando só se via espinhos era porque não a regava e com isso as rosas sumiam e só permaneciam os espinhos (as defesas). Porém quando se tinha a confiança, a alegria, a naturalidade e tantas outras partículas da água da simplicidade e complexidade do amor, ela floresce imperiosamente.
Por isso Lar: o lar acolhe, aconchega, protege, é fuga, solidão, amor, felicidade e tantas outras rosas e espinhos que essa roseira pode dar.