Deuses por natureza

Turbilhões de noções diferenciadas alcançam a margem do intrigante universo supostamente infinito em que misteriosamente, nós humanos, pertencemos e estamos conectados. As amarras cósmicas nos despertam desejos de conhecer o inimaginável, pois, naturalmente somos seres cognitivos e pensantes e é esperado que um humano com o mínimo do desenvolvimento do seu cérebro, busque tentar compreender por meio de indagações reflexivas o sentido de estarmos postos onde estamos. Por que estamos aqui? Como chegamos aqui? O que a morte nos revela?

O cérebro quando entendido como máquina, adquiri potencial inimaginável. Supostamente quando sua capacidade é elevada a 100%, seu poder se torna infinito, o ser humano passa de sua condição animal para a condição de Deus, podendo até mesmo distorcer a realidade à sua volta.

A limitação cerebral que nossa condição primitiva nos impõe pode até mesmo ser entendida como uma ação divina ou ser compreendida num contexto divino. Não seria plausível se os diversos ''deuses'' adorados e louvados pelos homens, fossem de fato homens porém com sua capacidade cerebral completamente desenvolvida?

Um ser vido de carne e osso que passa a ter total domínio de seu cérebro e sua mente não mais dispõe somente do seu corpo carnal, mas passa a ter domínio de sua energia espiritual e caminhar sobre a terra como um ser espiritual. Não podemos ver os deuses não só porque não podemos compreende-los como seres espirituais, mas porque quando sua libertação carnal é alcançada, seu corpo sólido, que é limitado e pesado, é simplesmente desprezado. De fato, podemos ser mais do que podemos imaginar, somos deuses por natureza, somos deuses da nossa própria mente.

''O olho vê somente o que a mente

está preparada para compreender.''

Henri Bergson