TEXTO OBJETIVO - 04
APOSENTADORIA
Nascemos, crescemos, tornamo-nos adultos e partimos em busca do primeiro emprego. Temos a sensação de certa independência. Recebemos o primeiro salário. Que emoção! Então passamos a nos habituar à nova vida, pensamos em tudo que nos rodeia, nos benefícios das férias, por exemplo. Logo passamos a contar à idade que iremos nos aposentar. Não sei se quem estiver me lendo concordará. Então, refletimos com os nossos botões: ainda faltam tantos anos, exclamamos. É, pois, uma atitude intempestiva, por que estamos iniciando e já nos preocupamos com a aposentadoria?
Os dias se passam, meses, anos afins, e quando menos deparamos é a época de requerer a dita cuja. Que beleza! Vou ganhar dinheiro sem trabalhar. O ato é publicado e nos desligamos em definitivo daquele trabalho cansativo. Que maravilha! Pensamos.
Após algumas semanas começamos a sentir falto do convívio, das brincadeiras, das gozações, etc. Mais adiante anotamos que não mais teremos os fins de semanas prolongados, os quais se aproveitavam para uma viagem curta, perderemos o direito de gozar férias e outras coisas mais. Pura ilusão.
Chegamos à conclusão de que não deveríamos ter nos aposentado. Não é verdade, caro leitor? Não existem mais sábados, domingos e feriados, porque todos os dias são comuns. Não há distinção. Então começa a entrar em depressão, quando, não, fica nas praças públicas jogando dominó, damas, carteado, bocha para ocupar o tempo. Chega à noite liga a TV e assiste às novelas e a vida passa.
Lembrei-me desse fato porque hoje, por ocasião das reformas que o governo pretende implantá-las, incluída a da Previdência Social, vejo a preocupação voltada para a idade e o tempo de serviço que lhes garantam a aposentadoria tão sonhada. Não deve ser regra geral, mas a grande maioria especula o momento da inatividade funcional, ou seja, a “bendita” aposentadoria. Vale a pena?
Pedro Costa