Me deixa sentir.

Sabe aquela coisa de que quando menos se espera, acontece?

É verdade!

Aquele beijo... suas mãos no meu rosto; seus olhos dentro dos meus, num conectar silencioso. E quando minha boca sentiu o gosto da sua, eu quis que o tempo parasse. Os corpos... Ah! os corpos; eles conversaram entre si e chegaram a conclusão que a soma do calor de um com o calor do outro, resultaria na temperatura perfeita. De repente minhas mãos já estavam entrelaçadas nas suas, de forma natural, sem esforços; seu cheiro já havia se misturado com o meu. Em meio a esse turbilhão de sensações, surgiu uma regra: Não se apaixone!

Deslizei do seu abraço e caí; fiquei em pedaços. Eu sei... Não foi sua intenção. Jamais seria. Olhei pra todos os lados, os cacos estavam espalhados, mas a essa altura, você já havia despertado em mim a vontade de ser minha melhor versão, então, juntei os pedaços, um a um e os encaixei novamente. Seria desperdício demais jogá-los fora, afinal, eu precisava te contar que você merece tanta coisa boa, alguém que revire você; alguém que te tire de órbita, que toque sua alma. Claro, não tenho pretensão de ser este alguém. Não há como saber, você não seleciona, simplesmente acontece. Eu só quero te contar, porque eu sinto que você não acredita mais e eu não posso deixar alguém como você se esquecer que é muito especial, que é importante demais pra alguém.

Pensei... vou cuidar dele e não me importa quanto tempo isso vai durar; não me importa o momento seguinte, o que me importa é que seja intenso quando estiver comigo. Desejei profundamente que fosse leve, e sempre é, afinal, quando estou ao seu lado, nunca sinto os meus pés no chão. Toda vez que nos despedimos, fica um pouco de você em mim. Eu preciso nomear isso? Não! Eu não preciso. Só quero sentir.