Um desabafo qualquer

Já acordaram pela manhã com a sensação de não estarem se lançando para vida como deveria?

Como se houvesse um peso sobre os ombros, como se um chamado quase divino fosse feito e estivéssemos o ignorando?

Uma vocação do ser que transcende o entendimento do livre-arbítrio, algo que deve ser feito e parece que é o único que pode e tem responsabilidade de faze-lo?

Pois bem, tenho visto o momento difícil que o meu país está atravessando e fico a pensar.

O número de desempregados no Brasil sobe para 2,6 milhões, segundo dados da Folha.

Estimasse que existam no Brasil cerca de 101 mil moradores de rua, segundo pesquisa do Ipea.

Qual atitude estou a tomar diante dessa situação?

Será que sou um agente de mudança ou um mero expectador do Jornal Nacional?

Será que estou na minha zona de conforto e estou deixando a maré levar?

Trabalho em uma das áreas de maior crescimento internacionalmente falando que é a área de TI.

Por causa disso, me paro a pensar como deixei esse simples fato me fazer não ter empatia por aqueles que não tem a mesma sorte.

Acabei me tornando uma pessoa acomodada. Ontem, no ônibus, voltando para casa, vi um grupo de estudantes na faixa etária entre 12 a 14 anos, vandalizarem o ônibus e o quebrarem. Após tais atos, eles ainda foram para casa debochando, achando correto tal atitude.

Me vi pego em sentimentos de indignação e revolta, tinha um compromisso e logo, chegaria atrasado simplesmente, porque umas "sementinhas do mal" haviam quebrado o transporte publico a qual eu estava, por pura diversão.

Foi quando notei o que estava pensando. "Sementes do mal". Quantas vezes aqueles adolescentes foram chamados assim?

Não, não estou os inocentando das tais atitudes, mas é muito fácil também me colocar na posição de juiz e não parar por um simples momento e analisar a situação como um todo.

O estado do Rio de Janeiro está quebrado. Nossos jovens não tem perspectiva. Os pais deles muito menos. Onde iremos parar?

E pior, qual minha participação ao ver isso tudo?

Meramente de cidadão que utiliza o argumento passional de "não votei em tal politico" ou "tal partido"?

Será que não chegou o momento de nos organizarmos e vermos que podemos modificar essa realidade?

Meu leitor pode dizer: "Sim, vamos para as ruas!"

Minha resposta imediata será: "Por que?"

Em qual momento as manifestações conseguiram chamar a atenção dos governantes?

Está na hora de alterarmos nossa estratégia e fincarmos um novo foco. Precisamos parar de olhar somente nosso "umbigo" e começarmos a participar mais da pólis.

Participarmos mais da vida estudantil de nossos filhos, requerer um dialogo maior com a escola, com os vizinhos no bairro que convivemos.

Será que uma rua sem luz, se tiver o abaixo-assinado de uma quantidade de moradores, não poderá ser levado a prefeitura para ela tomar uma provisão quanto a isso?

Porém, se ficarmos só reclamando em nossas casas ou nos bares, o problema não será resolvido.

Se organizar dentro de uma comunidade e a permuta de tarefas dentro dela, poderá promover mudanças significativas a longo prazo.

Cortemos, pois de vez a cabeça do rei e recuperemos o poder que pertence ao povo, pelo menos em teoria.

Referência:

http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2017/05/1888928-taxa-de-desemprego-no-brasil-chega-a-136-segundo-ibge.shtml

http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=29303

Thiago Justo
Enviado por Thiago Justo em 03/08/2017
Código do texto: T6073205
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