Momentos memoráveis: sonho ou realidade?
Estava em casa, acabara de acordar e naquele momento, conversava com minha irmã. De repente, a campainha tocou: era você, que já não via há muito tempo!
Fiquei surpresa e feliz com a visita – apesar de inesperada – mas precisava me arrumar, afinal de contas, era você!
Arrumei-me cuidadosa e caprichosamente para recebê-lo que, outrora, enxugou lágrimas provenientes de uma tristeza infinita e inexplicável. Muitas vezes você dizia-me que aquela tristeza era momentânea, que tudo iria passar: e não é que passou mesmo!
Ansiosa, fui ao seu encontro. Olhei através janela e percebi que você batia os pés, num movimento frenético... Parecia estar tão nervoso, quanto eu! Pedi a minha irmã que abrisse a porta e fiquei sentada no sofá, lhe aguardando. Ao nos mirarmos, tive uma sensação doce e ao mesmo tempo, nostálgica, constatei a reciprocidade no ato!
Depois de uma longa conversa, resolvemos passear no centro. Visitamos museus, antigas igrejas, contemplamos a bela arquitetura do rio antigo, passando pela Rua Buenos Aires e alguns becos que representam os mais autênticos e clássicos recantos da boemia carioca. Ao final da tarde, fomos à Confeitaria Colombo, local onde saboreamos diversas iguarias e provamos de um delicioso vinho francês, acompanhados de uma melodia suave, que servia de tema à nossa amizade “romântica”. Sem mover os lábios, levantamos simultaneamente e começamos a ensaiar alguns passos, recheados de um sentimento que, realmente, poucas pessoas têm nessa vida!
A noite chegou, antagonicamente, ao dia nascente: era um devaneio!