MÁQUINAS DE GUERRA E PENSAMENTO NÔMADE

A virtualidade imanente da forma estado na filosofia de Deleuze e Gattari, inspirando-se na noção de guerra primitiva da etnologia de Pierre Clastres, nos oferece o conceito de maquina de guerra nos provocando com desconcertantes estratégias de pensamento e ação politica.

A maquina de guerra, em suas linhas de fuga, em seu nomadismo, representa a recusa da forma-estado e mesmo da identidade como principio de oposição. A maquina de guerra é devir, não tem a guerra como seu objetivo. Quando aqui me refiro a “linhas de fuga” me reporto a uma “vitalidade não orgânica”.

Em Deleuze , filosofia critica é ontologia, um lugar entre um devirmesmo e um devir- outro que já não reivindica o ser ou o acontecimento em seu sentido fenomenológico. Filosofia é, neste sentido, desterritorização na geografia de um novo campo de experiências definido por agenciamentos e devir. Filosofia é imanência.... A própria filosofia é um agenciamento.

A noção de maquinas de guerra propõem uma exterioridade em relação ao Estado, mesmo que passiveis de captura. Tal noção expõe uma tensão e um conflito constante entre o nômade do social e o sedentário normativo e hierárquico do Estado. A exteriorização que se busca na fuga é atingir o ponto em que o controle já não disciplina os corpos. É preciso escapar a todas as estratégias de assujeitamento.