lava-me 14-03-2014

Lava-me

Hoje é um dia quente, porém aqui dentro algo permanece tão frio, está congelando, meu coração permanece lutando diariamente contra o gelo que o tenta parar, mata-lo com hipotermia fulminante, não é o que desejo.

Des do dia em que me disse adeus, permaneci chorando, até as lágrimas secarem dos meus olhos, mas por dentro a lágrima não cessa.

Olho pela minha janela e a chuva cai impetuosamente, o vento sopra com furor e não penso duas vezes antes de me lançar em baixo da água que desce tão fria.

Levanto meus olhos aos céus e peço para que o dono do vento que o lance cada vez mais forte, quero limpar tudo o que ainda me faz entristecer, peço repetidamente que a chuva lave o sangue coagulado que ainda permanece no peito, engasgando-me o choro.

A vontade de chorar vem, mas tudo que ouço saindo de mim são gemidos de dor, é tanta amargura que já não consigo sentir tamanha dor em silêncio. Mas não tem problema o barulho da chuva que ecoa ao chão é grande e assim ninguém pode me ouvir.

Já não posso abrir meus braços e desejar ela novamente ao meu lado, não seria justo, mas posso abrir os meus braços e pedir repetidamente para que a chuva lave o meu sentimento até o chão para que a terra absorva ou evapore pelos ares.

Ah... o vento sopra em meus ouvidos palavras de força e tudo que consigo responder é lava-me, penetra em minha alma lava todo o sangue que entope meu ser, impedindo de expulsar a dor através das minhas lágrimas.

O céu nublado lembra os olhos dela ao me dizer adeus, me faz lembrar de cada palavra ao pé do meu ouvido dizendo adeus.

Meus sonhos se escorreram junto as lágrimas deixadas para trás, meus planos foram decepados juntamente a esperança de olhar seus olhos mais uma vez.

Eu não consigo acreditar que me perdi dos caminhos dela, e agora não consigo mais voltar.

Tudo que tenho a desejar com a minha alma é felicidades.

Chuva, penetra em minha alma lava-me escorra até não existir mais nenhum sentimento capaz de me tirar o sono, capaz de me fazer deitar e sonhar com a cor da pele dela.

Enquanto vejo o sangue coagulado ser dissolvido posso perceber que era ele quem tapava as feridas por onde o sangue insistia em sair.

A falta que ela me faz me faz morrer ao longo prazo, todos os dias sinto meu coração se desfalecer, sinto meu corpo fraquejando e meus olhos perdendo a luz.

A tempestade que outra hora havia lavado minha alma, agora se mistura com as primeiras lágrimas que descem do meu rosto.