Sobre a felicidade
Às vezes me faço determinada pergunta que, pensando bem, é provável que todo mundo um dia já se fez, ou se fará. "Sou feliz?". Tal questionamento demanda derivações, tais como, 'o que é felicidade?’ ou ‘será que não estou seguindo um padrão imposto por outras pessoas e na realidade não faço ideia do que essa pequena palavra guarda em suas cinco letras?’. É no mínimo de se pensar. Passei 23 anos seguindo um padrão que cria ser a ponte para a tal felicidade que todos almejamos. Nesse padrão a receita era obter boas notas no colégio, aprovação em uma faculdade renomada, um curso que futuramente me proporcionasse conforto material, apego a homens visando a procriação a não muito longo prazo, religiosidade, entre outros ingredientes que segundo a sociedade vigente me faria realizada. E eu segui essa receita. Mas agora indago, sou feliz? Droga, eu sou?! Acho que ninguém tem a resposta para esse enigma, exceto, é claro, aqueles que deram fim às suas vidas. Estes, não tinham dúvidas acerca de suas respectivas condições emocionais nesse mundo. Fazendo um parêntese, sabe o que acho? Acredito que nunca teremos plena certeza, porque a vida é uma grande dúvida passageira, que só é encerrada debaixo da terra. Também acho que a válvula de escape, para não ser consumido por essa dúvida, é não seguir a referida receita. E sim ousar misturar outros ingredientes, seja doce, seja ácido, qualquer um que proporcione sensação de vida, que te faça senti-la na garganta da alma. Fecho aqui o parêntese.