VERDADEIRAS MENTIRAS

Qual é a minha verdade? Mas, será que realmente é necessário encontrar uma verdade? Vivemos nossas mentiras a cada dia de tal forma nos preparamos para que elas se tornem nossas verdades.

O por quê do sofrimento? Qual a razão de sofrer? Seria a mesma de ser feliz? Não nos seria melhor passarmos pela vida de forma independente, livre de crenças, normas, modelos e conceitos? Talvez sofrêssemos menos.

Não devemos nos perguntar para que existe Deus? Será que sua existência significa nossa submissão, nosso aprisionamento ou nossa liberdade?

Sim, prisão às nossas crenças e obrigações religiosas impostas, prisão aos tirânicos dogmas? Por que acreditarmos num ser silencioso, invisível, intocável cuja existência só nos é dita, declarada por outros, a partir de um tempo em que a humanidade ainda temia trovões e feras? Ou uma liberdade que ainda não sabemos vivê-la a partir de Deus?

Não nos seria mais humano vivermos por nossa própria conta da mesma forma como os animais? Eles vivem sem se importar com o tempo ou no que ou quem devem acreditar. São livres mesmo que ainda atados aos seus instintos, pois os desconhecem.

Por que tanta inteligência se ainda não sabemos conviver com ela? Somos ambiciosos, belicosos, criativos e conseguimos destruir mais do que construirmos. Criativamente desenvolvemos muito mais coisas belas do que feias, mas são as feias em menor número que carregam um poder de destruição abrangente, rápido, letal.

Pois acredito que nossa inteligência não nos permite vislumbrar nada além de nossos mórbidos espectros. Somos o nosso mundo, não conseguimos perceber que somos apenas participantes temporários da vida de um planeta que sofre por nossas mãos. Somos tristes viajantes de um tempo com validade.

Quero ser livre para acreditar no que consigo crer. Quero a minha fé livre de crenças, divindades, promessas para se manifestar, pois ela é a parte perceptível do átomo universal do qual sempre fui originado.

03/10/2017