Respeita a mina!

Nunca fui santa e nunca pretendi ser.

Não combina comigo; eu nem me arrisco.

Sei que mesmo com 30 e poucos, permaneço menina;

cheia de medos bobos e coragens atrevidas.

Não sei se conseguirei agir

como a maioria quer e espera de mim.

Eu não vou tentar. Eu não me engano.

Jamais diminuiria o volume só pra te agradar.

Sou recatada; do lar; metida a poeta; adoro um bar.

Sou amiga do brilho do sol;

amante da luz do luar.

Já não me arrependo de nada. Eu me entendo. Não me condeno.

Errei muito, mas não voltaria pra consertar;

eu não saberia fazer diferente.

Não conseguiria colocar no mudo,

todo o barulho que inunda meu peito.

Sabe, a mudança está no gene.

Acredite, ela também existe dentro de ti. Deixa fluir.

Calma, ela acontece sem alterar o que é de alma.

Autorizei o meu eu a emanar todo o meu sentir;

você querendo ou não, ele vai arriscar a ser livre,

mesmo num mundo cheio de correntes;

mesmo gerando algumas cicatrizes.

Já fui chamada de boba, agora me acham louca.

Corro pro espelho e chegando lá, nada estranho;

eu me vejo; me reconheço.

É verdade, ainda acredito em coisas tolas,

vejo um universo inteiro, na gota escorrendo de uma verde folha.

Falar pouco não significa não ter argumentos.

A cara de boba não te dá direitos.

O corpo frágil não é termômetro da minha força.

No meu olhar, nem tudo são flores;

não fujo dos amargos sabores.

As minhas magrelas curvas, às vezes exibidas,

não tem nada a ver com o que quero ou não da vida.

Eu não sou outra.

Despertaram algumas coisas que estavam adormecidas.

Te devo desculpas por minha intensidade pesar em ti?

Estou ocupada demais cuidando de tudo que me faz feliz,

mesmo quando tudo está por um triz.

À você, tenho apenas um pedido,

é o mesmo que fielmente te ofereço,

eu só quero respeito!

Jusci Loiola
Enviado por Jusci Loiola em 16/11/2017
Reeditado em 14/07/2020
Código do texto: T6173078
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