Somos todos certos, estamos todos errados.

Diariamente nos colocamos em frente a uma série de opiniões e explanações (de ação e de pensamento) que chegam a nos incomodar de tal forma que questionamos o porquê de determinada pessoa predizer certas palavras ou mesmo ter certas atitudes. Diante disso entro em colapso, pois por não raras vezes tenho defendido a necessidade do respeito às diferentes correntes de pensamento, ou mesmo às diferentes ideologias.

Humano que sou, fico perplexo ao imaginar, por exemplo, que ainda hoje correntes extremamente conservadoras ganhem força e reafirmem que a nossa sociedade deveria ser embasada nos velhos pensamentos tradicionais imprimindo muitas vezes um caráter extremamente retrógrado. Em contrapartida percebemos também que correntes liberais (ainda que sufocadas) ganham espaço com seus ideais de "promessa" de que seria possível um mundo mais justo e igualitário;

Simpatizante da Libertação interpessoal vejo a necessidade trabalhar a tolerância em nosso meio, e quando digo isso não falo somente que os defensores de uma Doutrina Conservadora deveriam ter para com os Liberais se é que assim os possa chamar, falo da tolerância universal. Por muitas vezes defendi "com unhas e dentes" que o ideal comum seria a melhor solução. Discuti com várias pessoas em busca da defesa de meus ideais, daí percebi que como dito eram MEUS IDEAIS, e não os ideais do outro que estavam à prova. De nada adianta uma discussão movida pela ignorância do que profere aquele que seria no caso seu adversário ideológico.

Não devemos ofender aquele que pensa diferente, ou mesmo cogitar que o pensamento do outro seja errado e que o nosso seja o certo, pois o certo e o errado são meramente subjetivos, assim sendo cada um defende seu certo e acusa o erro do outro. Somos todos certos, estamos todos errados.

Enquanto insistirmos em ferir (mesmo que em palavras) aquele que pensa diferente estaremos ignorando que o nosso pensamento para ele tem o mesmo efeito do que o dele sobre o nosso, assim sendo a guerra tornar-se-ia, assim como se torna, um ciclo vicioso. O que podemos e devemos fazer é explanar de modo constante e pacífico a nossa visão de mundo, lembrando que nem sempre essa visão será bem aceita, e muitos poderão até atacá-la e isso não deve nos afetar nem tampouco fazer com que "mudemos" de lado salvo se for para a evolução. Devemos aprender a aprender com o outro, tanto quanto desejamos que outro aprenda com o nosso modo de pensar.

Precisamos, para que a vida em sociedade se torne "vivível" o aprender com o outro, mas mais do que isso o aprender que o existem diversos modos de pensar , e que esses diversos modos de pensar têm sim suas bases teóricas que a justificam, podendo estas ser diferentes das nossas.

Diferente nem sempre quer dizer que é errado e nem certo, apenas que vieram de defesas diferentes. Lógico que isso não significa que não possamos conversar com o outro ou mesmo discutir de maneira saudável pela defesa de nossos ideais, o que digo é que essa discussão deve ser consciente já que temos que de antemão aceitar que esta poderá não gerar frutos, e que no fim desta cada qual poderá seguir seu rumo sem desavenças.

Claudemir Evangelista
Enviado por Claudemir Evangelista em 29/11/2017
Reeditado em 29/11/2017
Código do texto: T6185393
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