QUE TANTO

Puderas ser tudo quanto o nada que anseia, que grita, que cala e consente. E não ouve, não se importa; torna e sepulta dia após dia incansavelmente todo e qualquer resquício de si.

O homem que vive por amor e morre pela falta dele e, ainda assim, não cansa de morrer todas as noites. Definharia quanto mais fosse necessário, mesmo que já não houvesse o que perder e nem pelo que chorar, pois ainda haveria paixão.

Talvez, da vida nada se leve a não ser o peso de uma paixão carregada em um só ombro. A jornada fatídica dos colecionadores de amor que nada ganham além de dúvidas e hematomas na alma. Ainda assim, no fim e pelo fim, tornaria ao começo, onde nada valeria mais que a chance de entregar tudo que já o faltava.

Domero
Enviado por Domero em 02/12/2017
Reeditado em 25/12/2019
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