FINDADO
Peço que não sejas meu fim, nem meu recomeço.
Deixo que sejas o meio por onde escolhi caminhar;
Sendo até mesmo um atalho.
Sobro de um monte de mim que ficou jogado,
Jogado durante dias no chão do teu apartamento,
Esperando a hora que você quisesse me expulsar.
O barulho foi tão curto quanto o sorriso,
O sorriso esboçado na tua boca ao me ver falar de amor,
Do nosso amor. Eu sempre sou a piada;
Sempre termino jogado ao chão de algum cômodo,
Mesmo sem atrapalhar a passagem.
A Janela é sempre tão distante quanto a coragem para pular.
O sorriso é sempre o entre-meio do choro,
Choro sempre causado por mim e minha insistência,
Que parece ser tão fiel quanto desejei que tu fosses.
Os delírios.
Meus delírios, sim,
São longos e duradouros
- poderia até casar-me com eles e ser poligâmico.
A questão não é o quão grande é a vontade de ser novamente a semente,
A semente da lembrança; mas sim, o seu florescer,
Doloroso.