Nem mesmo um sol

Estou tão calado, ultimamente tenho esse cariz

assim tão vago, distante como recordações.

Me pego por horas, olhando o nada e me impressiono, o quanto cabe memórias numa alma, ao mesmo tempo que morre a carne a cada segundo. De fato, pensar nela me matou, me mata, me matará, e as pilhas do relógio duram uma vida toda.

O café desceu amargo e enferrujado, ou sera que sou eu?

que perdi o gosto na língua, nos anos e anos de cigarros fumados, e agora é áspera como pedra, num brilho amarelo não mais jovial.

Anos e anos e anos... e ainda estou aqui, torcendo versos que tentei secar mas oceano transborda , e nem mesmo um sol pode saca-lo.

Robert Ramos
Enviado por Robert Ramos em 23/12/2017
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