Cai sol no sertão
Cai sol
no chão batido de terra
num sertão onde o arrebol margeia a carroça
e o joão congo, pia em folha verde, e folha seca
que cai serena e nem faz poeira.
Um copo do café, semente plantada "vai saber" por quem.
Uma chinela velha de couro, amarrado e trançado tem cheiro e cheira folha e pasto, aguenta chão seco e pisa em cabra-macho.
Um par de mãos calejadas, macera erva preta, enquanto o olho cantava
num canto rasteiro um rabo de tatu, uma cobra e uma faca bem amolada.
Cariz de tarde alaranjada, com vermelho no horizonte, onde treme a vista e seca a garganta, "arreia boi" já é hora de partir, de terra em terra morada minha e de Deus do céu.